terça-feira, 1 de maio de 2012

diário dos mesmos pesares #14


Sofremos com nojo a pertença em nós
inculcada de uma geração, as suas taras
vindas de longe, modos diferentes
de se ser igual. Com uma raiva triste,
vemo-los foder, procriar, indo aos poucos
definhando, esperados que são
por pós-modernos jazigos.


Não há nada a fazer,
nenhuma palavra nos salva.
Somos sempre contemporâneos da merda.


Manuel de Freitas, "A última Porta (Antologia)", Assírio e Alvim, 2010


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