quinta-feira, 27 de junho de 2013
o poeta sabe menos que o poema #5
A ilha onde tudo fica claro.
Aqui é possível ter pé nas razões.
Caminhos que a servem só os de ir.
Vergam-se os arbustos pesados de respostas.
Aqui vai crescendo a árvore do Bom Senso
de ramos eternamente desenredados.
A fulminantemente simples árvore da Compreensão
junto à nascente do Aí Então É Isso.
Quanto mais longe no bosque, mais amplamente se abre o
Vale da Clarividência.
Se alguma dúvida há, o vento a dissipa.
Sem ser chamado o eco leva a voz
e de bom grado desvenda os enigmas do mundo.
Ao lado direito a gruta onde o sentido descansa.
À esquerda fica o lago da Profunda Convicção.
A verdade desprende-se do fundo e vem levemente flutuar à superfície.
Sobranceira ao vale a Certeza Inabalável
de cujo cume se estende a Vera Essência.
Wislawa Szymborska, "Paisagem com Grão de Areia", Relógio D`Água, 1998
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