sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

espécie de oração particular #23


«Deixem-me! Deixem-me! Deixem-me só e livre com isto, deixem-me viver para isto! Deixem-me fechado a sete chaves com o sonho que me enche de ridículo, que não existe e é a razão da minha vida. Deixem-me ir para a cova agarrado a este nada imenso que me doirou as mãos e me deixou atónito. Só no fundo da cova é que estou bem, sós a sós, fechado com ele para sempre.»

Raul Brandão, "Húmus", Campo das Letras, 2000

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