sábado, 6 de outubro de 2012
Até hoje foi sempre futuro #2
«não me iludo, a minha vida é a lógica secreta de um caminho único, viagem para aqui, centro do corpo tracejado por deserções, centro do mundo, centro de todas as pátrias, aqui a recordação recorda-me, sou por enquanto o conhecedor solitário da minha história, outros, a partir do crime ainda não cometido, possuirão o meu nome, as minhas confidências, os medos da minha identidade. E encontrar-me-ão. Estarei aqui para me encontrarem. Me dizerem então como me chamo. E sou culpado. Submetido ao sossego linear dos factos.»
Rui Nunes, "Enredos", Edições Rolim, 1987
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