«Maria ensinou-me - naquela primeira, estranha noite e nos dias seguintes - muita coisa, não apenas jogos desconhecidos e maravilhosos, êxtases dos sentidos, mas também uma nova compreensão, novas perspectivas, um novo amor. O mundo dos dancings e centros de diversão, dos cinemas, dos bares e salões de chá de hotel, que para mim, eremita e esteta, tinham ainda algo de inferior, proibido e degradante, era para a Maria, Hermínia e as suas companheiras pura e simplesmente o mundo, o único mundo que havia; não era bom nem mau, nem admirável nem detestável, mas nele desabrochava e floria a sua vida breve e árida, nele se sentiam aclimatadas e experimentadas.»
Hermann Hesse, "O Lobo das Estepes", Ed. Afrontamento, 1982
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