«Não esquecer Lévi-Strauss: a saber, que a "civilização" não é um grau e que não há hierarquias "naturais" a postular desse ponto de vista, mas também que a humanidade é una, pois deriva de um fundo antropológico comum. Por outras palavras, que falar de um "ataque contra a Civilização" não quer dizer nada, não mais, em todo o caso, do que a pretensão de classificar os povos em função da sua adesão a uma fé, muçulmana ou outra. Talvez seja conveniente precisar aqui que o suprematismo não é só "branco": se há quem, nas sociedades muçulmanas, se alie ao islamismo radical de um ponto de vista defensivo, ou seja, por causa da percepção de uma ameaça, a retórica dos chefes de guerra desse islamismo radical pretende-se ofensiva, e o seu proselitismo conquistador justifica-se pela inferiorizarão da civilização "decadente" do Outro.»
Samir Kassir, "Considerações Sobre a Desgraça Árabe", Cotovia, 2006
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