sexta-feira, 21 de março de 2014

o poeta sabe menos que o poema #16

 


«Escrevo como um profissional, à linha, as palavras pouco importam, são ambíguas e inúteis. As palavras não somos nós. E tu, leitor, és um pretexto: testemunha, confidente, cúmplice, vítima ou juiz, jamais nos conheceremos, jamais saberás quem sou, onde te minto, onde chorei, onde nos podíamos ambos rir a bom rir da nossa pavorosa condição de gente morta ou gente que vai morrer.»

Luiz Pacheco, "Exercícios de Estilo", Editorial Estampa, 1999

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