«'E já que navego sobre o vasto mar e desfraldei as velas todas
aos ventos, nada há no mundo todo que permaneça o mesmo.
Tudo flui, e toda a imagem que se forma é passageira.
Até o próprio tempo escorre, num movimento incessante,
tal como o rio. Na verdade, nem imobilizar-se pode o rio
nem veloz instante. Tal como a onda é impelida pela onda,
e a anterior, empurrada pela seguinte, empurra a anterior a si,
assim, deste modo foge o tempo, e deste modo prossegue
e é sempre novo. Pois o que foi antes fica deixado para trás
e torna-se o que não era, e todos os instantes são renovados.»
Ovídio, "Metamorfoses, Livro XV, 176-185", Livros Cotovia, 2010
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