«Agora a claridade. Detesto a claridade. Aí vem ela. É preciso baixar-me. A claridade convida a sair. É melhor esperar. Ignorar. Fechar os olhos. Assim, isso. Os olhos fechados. Não serei apanhado pela luz. Mas mesmo assim. Sinto uma intensidade. Doí-me. A luz doí-me. Se vês dói. Se não vês também. É uma armadilha. A luz é uma armadilha.»
Gonçalo M. Tavares, "A Colher de Samuel Beckett e outros textos", Campo das Letras, 2002
Nota: caso esteja interessado em saber a proveniência da imagem, guarde a mesma no seu computador mantendo o nome que eu lhe atribuí.
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