sábado, 18 de janeiro de 2014

a perfeição é uma dada forma de imperfeição #6



«Das pessoas elegantes espera-se que, na sua vida privada, estejam isentas da ânsia de benefícios que, pela sua posição, a elas afluem de um ou de outro modo, e do estólido enervamento nas circunstâncias mais imediatas, que a sua limitação cria. Delas se espera o gosto aventureiro pelas ideias, a soberania relativamente à situação dos interesses particulares, o refinamento das formas de reagir, e supõe-se que a sua sensibilidade é contrária, pelo menos em espírito, à brutalidade de que o seu próprio privilégio depende, ao passo que as vítimas dificilmente contam com a possibilidade de saber o que é que as converte em tais.»

Theodor W. Adorno, "Minima Moralia", Edições 70, 2001

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