©Sant,Gus Van;2002
domingo, 28 de fevereiro de 2010
sábado, 27 de fevereiro de 2010
a vida não é um sonho #3
sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010
quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010
quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010
o homem de quarta-feira #25
«Atenção! Não podemos carregar na dose. Actue com delicadeza e subtileza para não envenenarmos nada e não ficarmos expostos sem necessidade. Graças a Deus, até agora a sorte tem estado connosco - mas é preciso não exagerar. Tome cuidado consigo. Muito cuidado!»
Witold Gombrowicz, "A Pornografia", Relógio D'Água, 1988
terça-feira, 23 de fevereiro de 2010
a poesia não me interessa #15
A uma transeunte
A rua ensurdecedora em meu redor berrava
Alta, esguia, de luto carregado, dor majestosa,
Um mulher passou, com sua mão faustosa
Erguendo, baloiçando o ramo e a bainha
Ágil e nobre, com sua perna de estátua,
Eu bebia, crispado como extravagante,
No seu olhar, céu lívido onde nasce o furacão,
A doçura que fascina e o prazer que mata
Um raio… em seguida, a noite! __ Beleza fugitiva
Cujo olhar me fez repentinamente renascer,
Só voltarei a ver-te na eternidade?
Algures, bem longe daqui! Demasiado tarde! Nunca talvez!
Eu não sei para onde fugiste, tu não sabes para onde vou,
Tu que eu teria amado, tu que sabias que sim!
Charles Baudelaire, "As Flores do Mal", Relógio D'Água, 2003
segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010
Chamada a pagar no destinatário #3
domingo, 21 de fevereiro de 2010
sábado, 20 de fevereiro de 2010
Retrato de Família #11
sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010
Toda a humilhação leva à morte #8
«É na sua arte que o artista encontra, pela imaginação, um feliz compromisso com tudo quanto o feriu na vida quotidiana, e não para escapar ao seu destino, como faz o homem vulgar, mas para realizá-lo da forma mais adequada e completa que lhe for possível. Senão, porque nos havíamos de ferir uns aos outros?»
Lawrence Durrell, "Justine", Editora Ulisseia, 2004
quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010
Imediatamente embora pouco a pouco #4
Vladimir Nabokov , "Convite para uma Decapitação", Assírio & Alvim, 2006
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Imediatamente embora pouco a pouco
quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010
terça-feira, 16 de fevereiro de 2010
segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010
domingo, 14 de fevereiro de 2010
sábado, 13 de fevereiro de 2010
sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010
quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010
quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010
terça-feira, 9 de fevereiro de 2010
segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010
domingo, 7 de fevereiro de 2010
o Mal-estar da Civilização #13
«Desde quando é que se tornou digno de louvor o facto de alguém possuir uma natureza de escravo? Depois de todos os símbolos do poder terem desaparecido, já não tinhas qualquer razão para obedecer, mas continuaste a fazê-lo. Que força misteriosa te impelia a obedecer às ordens de pessoas tão desgraçadas como tu, tão nuas e miseráveis como tu? Eras demasiado cobarde para tentares fazer como os outros, para experimentares dizer uma vez que fosse ao capitão: vai buscar lenha, preciso de me aquecer à fogueira. Não, tinhas descoberto uma outra solução; enquanto estavas ainda saciado, calculavas friamente que chegaria a hora em que a tua fome seria maior do que a dos outros todos. E então pensavas: em breve ficarei faminto, tornar-me-ei selvagem e sem escrúpulos, revoltar-me-ei, não abertamente, mas de modo dissimulado, contra estes terroristas. Com a cabeça fria, fazias projectos sobre a maneira como utilizarias a tua embriaguez, e é isso que é desprezível. Para que serve o desejo de revolta se te recusas a revoltar-te quando estás saciado?»
Stig Dagerman, "A Ilha dos Condenados", Antígona, 1990
sábado, 6 de fevereiro de 2010
Teoria da Conspiração #11 (ou o peso da ferradura)
«Todos os homens são mais ou menos invejosos; os políticos são-no absolutamente. Quem se transforma num deles só o faz na medida em que não suporta ninguém acima de si ou do seu par. Lançarmo-nos na iniciativa de uma acção, seja ela qual for, e ainda que se trate da mais insignificante, é sacrificar à inveja, prerrogativa suprema dos seres vivos, lei e mola dos actos. Quando ela nos deixa, cada um de nós passa a ser apenas um insecto, um nada, uma sombra. E um doente. Ao passo que se ela nos sustentar, remediará as quebras do orgulho, velará pelos nossos interesses, triunfará sobre a apatia, operará mais do que um milagre.»
E. M. Cioran, "História e Utopia", Bertrand, 1994
sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010
o homem de quarta-feira #24
Que o varão culto a todos desculpe por lhe sondarem a fundura da sua torrente, caso queira que todos o venerem. Formidável foi o rio até se lhe encontrar o vau, e venerado o varão até se lhe conhecerem os limites das capacidades;»
Baltasar Gracián, "O Herói", frenesi, 2003
quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010
electrocardioTrama #5 (ou a actividade interior do composto)
quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010
terça-feira, 2 de fevereiro de 2010
a poesia não me interessa #14
Tempos houve em que o meu demónio ria,
E eu era uma luz em jardins soalheiros,
Tinha jogo e dança por companheiros
E o vinho do amor que me inebria.
Tempos houve em que o meu demónio chorava,
E eu era uma luz em jardins de crueldade,
Tinha por companheira a humildade
Que a casa da pobreza iluminava.
Hoje o meu demónio não ri nem chora,
Eu sou uma sombra num jardim perdido,
E o meu companheiro, pela morte enegrecido,
É o silêncio vazio de antes da aurora.
Georg Trakl, "Outono Transfigurado", Assírio & Alvim, 1991
segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010
O Idiota (uma história no plural) #2
« - Como vou anunciar uma pessoa como o senhor? - murmurou o camareiro quase sem querer.» (página 24)
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O Idiota (uma história no plural)
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