«Do caso de Kafka sabemos muito pouco. Sabemos apenas que sentia uma grande insatisfação em relação ao seu trabalho. Claro que quando ele disse ao seu amigo Max Brod que queria que os seus manuscritos fossem queimados, tal como também Virgílio pediu, creio que ele sabia que o seu amigo não faria isso. Se um homem pretende destruir o seu próprio trabalho, atira-o para o fogo e pronto. Quando ele diz a um amigo muito próximo: quero que todos os manuscritos sejam destruídos, ele sabe que o amigo nunca fará isso, e o amigo sabe que ele sabe, e que ele sabe que o outro sabe que ele sabe e por aí adiante.»
Entrevista a Jorge Luis Borges, "Entrevistas da Paris Review", Tinta da China, 2009
1 comentário:
:)
Enviar um comentário