quinta-feira, 31 de dezembro de 2009
quarta-feira, 30 de dezembro de 2009
terça-feira, 29 de dezembro de 2009
segunda-feira, 28 de dezembro de 2009
domingo, 27 de dezembro de 2009
sábado, 26 de dezembro de 2009
é meia-noite no fim do céu #2
sexta-feira, 25 de dezembro de 2009
Corpus Christi Carol #1
quinta-feira, 24 de dezembro de 2009
o Mal-estar da Civilização #11
«Não tão viciante como a heroína, menos prejudicial do que o álcool, mas, ainda assim, problemático do ponto de vista ambiental, é o outro grande tranquilizante moderno: ir às compras. Muitas pessoas admitem prontamente que as compras não são tanto um meio de obterem os bens de que precisam, mas a sua principal actividade recreativa. Uma grande dose de compras parece ajudar a ultrapassar a depressão. Ir às compras é o substituto moderno das actividades mais tradicionais da caça e da recolecção. O centro comercial substituiu os antigos territórios de caça. Tal como recolher raízes, sementes e bagas num ambiente árido, as compras podem ocupar uma grande parte do dia. Permitem o desenvolvimento de formas especializadas de conhecimentos e competências. (Como se seleccionam os items certos a recolher? Onde e quando se encontram pechinchas genuínas?) Ir às compras pode até passar por uma actividade útil: o seu componente de lazer pode ser disfarçado ou negado de uma forma que não seria possível se se passasse o dia a jogar golfe.»
Peter Singer, "Como havemos de viver? – a ética numa época de individualismo", Dinalivro, 2005
quarta-feira, 23 de dezembro de 2009
terça-feira, 22 de dezembro de 2009
segunda-feira, 21 de dezembro de 2009
O Idiota (uma história no plural) #1
domingo, 20 de dezembro de 2009
Imediatamente embora pouco a pouco #3
sábado, 19 de dezembro de 2009
sexta-feira, 18 de dezembro de 2009
a poesia não me interessa #12
quinta-feira, 17 de dezembro de 2009
diário dos mesmos pesares #2
quarta-feira, 16 de dezembro de 2009
o homem da quarta-feira #18
terça-feira, 15 de dezembro de 2009
segunda-feira, 14 de dezembro de 2009
Toda a humilhação leva à morte #6
domingo, 13 de dezembro de 2009
electrocardioTrama #4 (ou a actividade anímica da palavra)
sábado, 12 de dezembro de 2009
espécie de oração particular #2
sexta-feira, 11 de dezembro de 2009
a poesia não me interessa #11
quinta-feira, 10 de dezembro de 2009
o homem da quarta-feira #17
quarta-feira, 9 de dezembro de 2009
Teoria da Conspiração #8 (ou a vaidade do avesso)
terça-feira, 8 de dezembro de 2009
Perguntas Abandonadas #3
segunda-feira, 7 de dezembro de 2009
domingo, 6 de dezembro de 2009
Momento Pergaminho #2
Quando à noite, já deitada
Vês que não fizeste nada
Daquilo que querias ser
Fecha os olhos a sorrir
Há sempre um duende a rir
Atrás de ti a dizer:
- "Hé... Hé... Hé!...
Só se ganha em se perder
Amanhã vai melhorar
Sei o que estou a dizer!
Eu sou um duende à espreita
Na tua esquina mais estreita
Por isso sou teu amigo
E quem sabe rir comigo
Sabe-se a si transformar!
Não te rales se és assim
Esses males têm fim
Faz a fila atrás de mim
Vem mas é para a floresta
Pois lá estamos sempre em festa
Se caíres esfolas a testa
Mas não vais disso morrer!
Põe-te na fila a dançar
Sai do jogo quem quiser
E também sai quem olhar
P'ro seu umbigo a chorar
Ou quem dançar a gemer!
Vá lá, avança,
Vê se mexes essa pança
Dá saltos e faz caretas
Faz como eu piruetas
Sacode-te dessas tretas
Não fiques sisudo aí!
Não tenhas pena de ti!
Quem já souber rir de si
Sabe o mundo transformar
E o dia será bom!
Estará sempre a melhorar!!
Luísa Barreto, "Pelo Caminho da Fadas", Centro Lusitano de Unificação Cultural, 2001
sábado, 5 de dezembro de 2009
Imediatamente embora pouco a pouco #2
«Procede deste modo, caro Lucílio: reclama o direito de dispores de ti, concentra e aproveita todo o tempo que até agora te era roubado, te era subtraído, que te fugia das mãos. Convence-te de que as coisas são tal como as descrevo: uma parte do tempo é-nos tomada, outra parte vai-se sem darmos por isso, outra deixamo-la escapar. Mas o pior de tudo é o tempo desperdiçado por negligência. Se bem reparares, durante grande parte da vida agimos mal, durante a maior parte não agimos nada, durante toda a vida agimos inutilmente.»
Séneca, "Cartas a Lucílio", Fundação Calouste Gulbenkian, 2004
sexta-feira, 4 de dezembro de 2009
Retrato de Família #8
quinta-feira, 3 de dezembro de 2009
quarta-feira, 2 de dezembro de 2009
o homem da quarta-feira #16
terça-feira, 1 de dezembro de 2009
segunda-feira, 30 de novembro de 2009
Não respire... (ou leituras em apneia) #1
domingo, 29 de novembro de 2009
a poesia não me interessa #10
sábado, 28 de novembro de 2009
sexta-feira, 27 de novembro de 2009
Toda a humilhação leva à morte #5
quinta-feira, 26 de novembro de 2009
diário dos mesmos pesares #1
quarta-feira, 25 de novembro de 2009
o homem da quarta-feira #15
terça-feira, 24 de novembro de 2009
segunda-feira, 23 de novembro de 2009
Teoria da Conspiração #7 (ou a liberdade é escravidão)
domingo, 22 de novembro de 2009
Imediatamente embora pouco a pouco #1
sábado, 21 de novembro de 2009
sexta-feira, 20 de novembro de 2009
quinta-feira, 19 de novembro de 2009
Orelhas de Elefante #9
quarta-feira, 18 de novembro de 2009
o homem da quarta-feira #14
terça-feira, 17 de novembro de 2009
a poesia não me interessa #9
traz os cacos azuis debaixo da camisa.
Traz os cacos do mundo num cordão.
Ela sabe as palavras mas limita-se a sorrir.
Mistura o seu sorriso no cálice de vinho:
tens de o beber, para estar no mundo.
Tu és a imagem que os cacos lhe mostram
quando ela, pensativa, se inclina sobre a vida.
Paul Celan, "Sete Rosas Mais Tarde", Livros Cotovia, 1993
segunda-feira, 16 de novembro de 2009
electrocardioTrama #3 (ou a actividade cardíaca da máscara)
domingo, 15 de novembro de 2009
espécie de oração particular #1
«Agradeço esta injustiça, esta afronta que me acordou, e cuja sensação viva me atirou para longe da sua causa ridícula, mas concedeu força e gosto pelo meu próprio pensamento, ao ponto de os trabalhos que executo terem beneficiado, enfim, da minha cólera; a investigação das minhas leis aproveitou com este incidente»
Paul Valéry, "O Senhor Teste", Relógio D'Água, 1985
sábado, 14 de novembro de 2009
Retrato de Família #7
sexta-feira, 13 de novembro de 2009
o Mal-estar da Civilização #10
«Os especialistas da fome no mundo (há muitos e trabalham em conjunto com outros especialistas empenhados em fazer-nos acreditar que vivemos num reino de abundantes delícias, embora nenhuma “grande farra” se vislumbre...) vêm comunicar-nos os seus cálculos: o planeta será capaz de produzir a quantidade suficiente de cereais para que ninguém passe fome, mas o que é perturbante nessa visão idílica é o facto dos “países ricos” consumirem abusivamente metade dos cereais, só para alimentação do seu gado. Mas quando se conhece o gosto desastroso da carne que nos chega dos matadouros, proveniente de engorda acelerada à base de cereais, poderá falar-se de “países ricos”? Certamente que não. Não é para nos fazer viver no sibaritismo que uma parte do planeta tem de morrer à fome: é para nos fazer viver na lama. O eleitor, contudo, adora ser lisonjeado quando lhe lembram que o seu coração pode estar a ficar um pouco insensível - ele a viver tão bem enquanto outros países contribuem, à custa dos cadáveres dos filhos, stricto sensu, para que vá engordando. O que agrada ao eleitor, neste discurso, é ouvir dizer que vive como um rico. Sente-se bem a acreditar nisso.»
atribuído a Guy Debord, "Enganar a Fome", frenesi, 2000