domingo, 13 de outubro de 2013

interpretose now #11


«Embora ilusória, a existência de um domínio autónomo, onde os homens eram criadores de si mesmos através das suas invenções científicas, das suas criações ideais na ordem do pensamento, da representação, da pura imaginação ou fantasia, baptizado tardiamente de cultura, representou nos últimos dois séculos aquela espécie de substituto da transcendência que durante milénios tinha vivido sob a forma do religioso. E, como era natural, a própria cultura se tornou a expressão, por excelência sacralizante, da existência humana.»

Eduardo Lourenço, "O Esplendor do Caos", Gradiva, 1998

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