Prendo-te
 o rosto, o corpo arqueado sobre o instante, o dorso reflectido sobre o 
embuste da luz. Reorganizo-te o corpo, a sinalética desconhecida dos 
medos, traço-te a história. Nomeio-te na arquitectura frágil do meu 
dicionário privado, pouso-te sobre a mesa de cabeceira. Que talvez 
tenhas por nome apenas o que em mim tem nome. Madrugada a tempo de nunca
 se fazer alvorada, janela fronteiriça, chave pequena e olhar 
clandestino sobre esta longuíssima forma de fazer silêncio com as mãos. 
Fabrico fés, fabrico crenças e não há ninguém que saiba urdir as 
palavras, às costas dos meses, melhor que Novembro. O meu nome visto de 
baixo.
Beatriz Hierro Lopes
    

 
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