sábado, 12 de julho de 2014

Imediatamente embora pouco a pouco #42



«Por quanto mais tempo poderei ser um muro contra o vento?
Por quanto mais tempo
Poderei suavemente obscurecer o sol com a palma da minha mão?
Interceptar as setas azuis da lua fria?
As vozes da solidão, as vozes da amargura
Agarram-se às minhas costas infatigavelmente.
Como poderá acalmá-las esta canção de embalar?

Por quanto mais tempo poderei ser um muro em redor da minha terra verde
Por quanto mais tempo poderão as minhas mãos
Proteger esta ferida, e as minhas palavras
Pássaros luminosos no céu, consolando, consolando?
É tremendo
Ser exposta: como se o meu coração
Pusesse uma máscara e penetrasse no mundo.»  

Sylvia Plath, “Três Mulheres - Poema a Três Vozes”, Relógio D’Água, 2004

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